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Pedra de Rio

"Somos como pedrinhas pontiagudas dentro de uma jarra. A prática do Zen é como se chacoalhássemos a jarra. Nesse movimento, uma ponta bate na outra. Dói, machuca, fere. Mas quem conseguir arredondar primeiro torna-se uma pessoa macia que não agride mais os outros, e quando recebe agressões as compreende. A pedra (a pessoa) ficou ARREDONDADA: não machuca e não é machucada."
Monja Coen - Palavras do Darma

Todos nós temos as nossas "pontas", não é mesmo? Quantas vezes agimos da forma mais natural, honesta e espontânea e ficamos sabendo que de alguma forma alguém saiu incomodado, se sentindo frustrado ou menos amado com a nossa atitude?

Uma expressão que gosto muito, "o mal é o bem com fome e com sede", pode dizer um pouco disso: sentimentos de raiva, tristeza, ciúme, frustração podem ter origem numa imensa vontade (por vezes frustrada) de ser aceito e amado.

Outra expressão que me chama atenção é: "Como fica melhor uma pessoa depois que passamos a gostar dela!". Porque também fazemos isso: criamos imagens e passamos a acreditar que elas refletem sempre a verdade sobre algo ou alguém. Só que imagens são criadas a partir de UM ponto de vista. Um! E com um único ponto de vista em mãos, nos arvoramos a conceituar as verdades absolutas da nossa vida, que vão pautar as próximas atitudes e pensamentos que tivermos. É!

Acho que uma das coisas mais nocivas que fazemos na vida é CRIAR EXPECTATIVAS, porque elas aprisionam, cobram, encaixotam e exigem do outro que ele dê exatamente aquilo que você acredita merecer. E por que eu acho que mereço? Porque me doei e abri mão de tanta coisa por ele e agora quero ser correspondida (ou mesmo reconhecida). Porque fui legal e quero que sejam legais comigo também. Enfim, na hora de cobrar, a lista pode ser grande, fazendo com que relações se transformem em verdadeiros livros-caixa, onde os débitos e os créditos são registrados com muita pontualidade e exatidão. Só que quando se trata de convivência, provavelmente o resultado nunca baterá...

Então, como lindamente sugere a querida Monja Coen, vamos vivendo, amando e arredondando nossas pedrinhas!


Essa postagem é para todos aqueles que, como eu, estão "arredondando suas pedrinhas". As vezes dói mais do que se espera, mas acredito que valha a pena. Peço desculpas pelas minhas pontas que muitas vezes causaram - ou ainda causam - algum tipo de dor.